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A Dependência Química E O Tratamento De Desintoxicação Hospitalar Na Fala Dos Usuários
Ou seja, a preparação para o pós-tratamento é feita ainda durante o processo, quando o interno é convidado a tomar consciência da sua realidade e a aprender a lidar com os seus sentimentos e crenças. Finalmente, as mudanças começam a ser postas em prática e os comportamentos problemáticos passam a ser revistos. O indivíduo pensa em como certas atitudes podem auxiliar em sua recuperação, e começa sua preparação para dar início à mudança.


Em outras palavras, o indivíduo passa a ser impulsivo, desejando mais e mais a substância em questão, a fim de revisitar sensações de prazer. Ou seja, produzimos o hormônio do bem-estar quando realizamos atividades que nos completam. Na psicologia e na psiquiatria, chamamos tal movimento de recompensa, e esse é um dos motivos que ajudam a explicar a dependência. Ou seja, são os aspectos biológicos, psicológicos e sociais que levam um indivíduo a esse tipo de quadro. Mas o dado ainda mais alarmante é que apenas um em cada sete adictos realiza tratamento. Igualmente relevante é identificar os gatilhos que levam a esse comportamento e propor soluções eficazes.
significam a vontade descontrolada de uma pessoa em utilizar um tipo de droga. Quanto mais a pessoa usa uma substância, maior é a chance de a fissura ocorrer, porque ela já tem conhecimento dos efeitos momentâneos e os antecipa, ocasionando uma compulsão. Por esses motivos, contar com
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Por isso, a equipe precisa tratar a ambivalência do residente, favorecendo o aumento de sua crítica e a conscientização de suas falências e prejuízos. Apesar de começar a acreditar em prováveis mudanças, ainda se encontra em dúvida e inseguro – sentimento que pode levá-lo a desistir da ideia de tratamento. A filosofia convida o paciente a um mergulho profundo de consciência, além de estimular o desenvolvimento da espiritualidade e a reprogramação de crenças, valores e responsabilidades.
Mas, como pudemos perceber até aqui, quando uma pessoa chega ao nível da dependência química, ela não tem mais o controle da situação e nem escolhe consumir ou não a substância. Nesse momento, o apoio e a empatia das pessoas mais próximas é fundamental — assim como a busca por ajuda profissional. Por isso, o primeiro passo no tratamento de um dependente químico, independentemente da droga que é usada, é entender que é muito difícil tratar o vício — e que, muitas vezes, essa é uma batalha que a pessoa vai travar pela vida inteira. É o momento em que o indivíduo mais precisa de uma rede de apoio, entre amigos e familiares, para não perder a motivação do tratamento. Neste momento, é apropriado abrir uma discussão sobre os prós e contras do uso de drogas, ajudar o paciente a perceber os benefícios de largar o vício, assim como apresentar grupos de apoio, instituições e programas de reabilitação.
Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, livro de autoria da Associação Americana de Psiquiatria, o diagnóstico da dependência química obedece uma diretriz clara. Ainda que cada paciente tenha o seu próprio caminho e histórico pessoal com o vício, ele não é o único nessa situação. O objetivo é, além de encontrar a melhor maneira de tratar o interno, despertar nele uma consciência sobre a sua doença.
Ele irá entender a conexão entre seus comportamentos e problemas, além dos benefícios de parar de usar a tal substância. O dependente químico que está nesta fase procura de argumentos para defender seus atos, negando os obstáculos enfrentados. Além disso, é abordado o uso de álcool e drogas, relacionando-os com os prejuízos causados. Em consulta com o médico, o caso vai ser narrado e o profissional vai fazer a avaliação. Após a análise do quadro, ele pode emitir um laudo com as informações necessárias para que se configure a internação involuntária. A internação voluntária é o modelo em que adicto aceita ir a uma clínica especializada e receber o tratamento necessário.
Nesta fase, é fundamental que uma relação de confiança e empatia seja estabelecida entre todos os envolvidos no tratamento, desde médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos e assistente social. Além disso, outras abordagens terapêuticas podem ser usadas de forma complementar ao tratamento, como o uso de medicamentos e atendimento psicológico. Basta olhar para as fases descritas e ver como cada uma delas cumpre um papel importante, mesmo que o adicto ainda não seja capaz de identificar a necessidade de mudança. Nesse processo, encontrei na internação realizada por meio da abordagem psicossocial uma forma humanizada de acolher o paciente e oferecer a ele um cuidado que reconhece as suas individualidades.
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Determinadas características ou situações podem aumentar ou diminuir a probabilidade de surgimento e/ou agravamento de problemas com o álcool e outras drogas. No caso do álcool, por exemplo, é possível citar o alanina aminotransferase (ALT), volume corpuscular médio (VCM) e o gama-glutamiltransferase (GGT). “Essa droga, K9, que é tipo uma maconha sintética, já se espalhou por São Paulo capital e tem um poder mais devastador que o crack. Uma verdadeira praga, que causa mais rapidamente a dependência química e até paralisa funções básicas das pessoas, transformando-a em verdadeiros ‘zumbis’”, descreve o prefeito Rodrigo Manga.

Cada pessoa descreve de uma forma, mas é comum retornar a momentos marcantes da vida, como telespectador da situação. “Fiquei extremamente recaído, deprimido e entrei no fundo do poço. Os próximos 14, 15 anos foram os mais difíceis da minha vida, pela imersão nas drogas. Tudo aconteceu, fiquei muito tempo desempregado, acabou o dinheiro, estava bem mal”, diz o economista. Ter aquela intensidade a noite inteira era um potencial fantástico, extremamente sedutor.